Pesquisar este blog

segunda-feira, 4 de abril de 2011

A escola global

Tudo bem: é caro; é mesmo muito caro, mas a ideia é excelente.

Estamos falando na Think Global School, uma nova escola na faixa do ensino médio, que tem o mundo por sala de aula. Enfim, pelo menos uma parte do mundo, ou várias partes do mundo que, em cada curso, são selecionadas pela diretoria: nada menos que 12 países em 12 trimestres.

O projeto já começa bem, quando anuncia uma frase-chave da filosofia da escola: “Não me ensine o que pensar, ensine-me a pensar”. Desenvolvimento da visão holística e do pensamento crítico são outros direcionadores subjacentes ao projeto pedagógico. Apesar do elevado investimento requerido, Think Global não é uma escola elitista ou que procure perpetuar uma lógica de “pensamento único”, ou de globalização econômica ou financeira: globalização aqui significa diversidade, totalidade. Ou algo que fique próximo disso.

Por exemplo, o curso atual já teve bases trimestrais ou virá a ter nas seguintes cidades: Estocolmo, Sydney, Pequim, Cuenca, Yokahama/Surabaya, Berlim, Hong Kong, Barcelona, Bangalore, Singapura, Vancouver e Washington. Em cada cidade, uma escola anfitriã serve de base para o cotidiano escolar e para as muitas visitas e encontros didáticos, que ocupam parte do espaço da sala de aula. Atualmente, os alunos acabaram o trimestre de Sydney e se preparam para começar o próximo em Pequim.

O curso seguinte já poderá ter outro itinerário completamente diferente, mas sempre balanceando os tipos de experiências que serão usufruídas, porque o objetivo dessa escola não é proporcionar aos alunos a vivência de países economicamente desenvolvidos, mas sim experiência de vida, visão de mundo, contato com pessoas diferentes e suas culturas e tradições. Tudo isto, enquanto rolam currículos semelhantes aos das escolas comuns. Um programa intenso, mas muito enriquecedor.

O investimento do curso – algo como 125.000 dólares anuais durante quatro anos –, poderá levar a crer que apenas filhos de pessoas abastadas possam ter acesso a essa maravilha pedagógica. Porém, a diretoria afirma que poderá conseguir bolsas “generosas” para alunos talentosos ou com características especiais, em qualquer parte do mundo. A instituição define-se estatutariamente, pela lei norte-americana, como uma instituição filantrópica (Charitable institution), não tendo, portanto, fins lucrativos. O que ajuda sobremaneira na captação de fundos para bolsas de estudo.

Por razões óbvias, a língua oficial da escola é o inglês. À medida que os alunos viajam de país em país, eles têm o acompanhamento e orientação de uma equipe permanente de professores, que assegura uma plataforma pedagógica estável e homogênea, capaz de ser reconhecida pelas exigências curriculares norte-americanas e outras – inclusive, a escola anuncia como meta, preparar os jovens para poderem entrar nas melhores universidades do mundo. Além disso, o itinerário escolar através de tantos lugares em vários continentes implica que encontros, palestras, visitas didáticas ou aulas ministradas por professores locais sejam realizados numa língua que a turma inteira consiga inteligir. Porém, no final do curso, os jovens deverão ter aprendido a escrever e a falar mais dois idiomas. No curso atual, por exemplo, eles terão aprendido espanhol e mandarim quando terminarem.

Além das duas línguas não considerando o inglês –, o eixo curricular é bastante amplo e com um forte viés de Humanidades: artes criativas, estudos globais (história, geografia e estudos culturais), matemática, ciências (em geral, mas evoluindo para ciências especializadas) e literatura mundial. Atividades esportivas, caminhadas e outras atividades de ar livre também fazem parte da agenda escolar na Think Global School. Quem sabe se, num futuro próximo, existirão mais escolas assim? De preferência, com preços mais acessíveis ao cidadão comum. Enfim, o projeto Think Global School já está em campo, a idéia está no ar e... tudo pode acontecer!

Links:
Site oficial: http://thinkglobalschool.org/  (em inglês)
Blog do curso atual: http://thinkglobalschool.org/blog (em inglês)

Continue lendo...